Quem deixar de recolher fezes dos animais na calçada terá de pagar R$ 98
Fernanda Pontes
RIO - O programa Lixo Zero também prevê multas para quem não retirar da calçada o cocô de seus animais de estimação. A Comlurb espera enfatizar a questão quando o projeto chegar a Copacabana.
A punição para quem não recolhe as fezes dos animais já estava prevista na Lei de Limpeza Urbana 3.273/2001. Por causa disso, o valor é mais baixo (R$ 98) que as multas aplicadas às pessoas que jogarem guimba de cigarros no chão.
— Resolvemos não mexer no valor e não entramos nessa discussão ainda porque no Centro não tem ninguém passeando com cachorro. Nos bairros residenciais, como Copacabana, vamos focar nesse tema — diz o presidente da Comlurb, Vinícius Roriz.
Passeador de cachorros, Marcos Aurélio Fernandes chega a levar 20 saquinhos nos bolsos de uma só vez quando sai com os cães. Ele, que nesta terça-feira levava seis para passear na Praia do Flamengo, conta que limpar também faz parte de seu trabalho:
— A maioria das pessoas que contrata meus serviços pergunta se eu recolho (as fezes). É claro que tem sempre alguém que não faz isso, muitos dizem que sentem nojo.
Nas suas caminhadas diárias com cachorros (ao todo são 23), Marcos tem reparado que as pessoas recolhem as fezes dos animais nas áreas com maior circulação de pedestres, como na frente de prédios e praças movimentadas. As ruas mais sujas, segundo ele, são justamente as mais desertas.
— Costumo dizer que aqui no Flamengo a Tamoios é a rua dos cocôs. É que um lado só tem o muro do (colégio Bennett ), e as pessoas levam os cachorros ali porque não tem ninguém para reclamar.
Ontem, Taís Villeroy e sua mãe Berenice se esqueceram de levar o saquinho plástico da cadelinha Mel, mas contaram que quando isso acontece arrumam um jeito de limpar:
— A gente arruma até uma folha de árvore, se for caso. Até porque ela é pequenininha e fácil de limpar — diz Berenice.
Morador de Laranjeiras, Kleberson Caetano acredita que a cultura do saco plástico pegou, mas não em toda a cidade. Na Rua General Glicério, onde há placa pedindo ao dono do cachorro que não deixe a calçada suja, quase todos recolhem:
— Aqui as pessoas têm essa consciência, mas já morei em lugares onde isso não acontecia.
Para Horácio Magalhães, da Sociedade Amigos de Copacabana, próximo bairro a receber o Lixo Zero, o problema é a falta de de lixeiras:
— Recebi a reclamação de uma mulher da Rua Viveiros de Castro que tem dois cachorros e precisa ficar procurando uma lixeira. Aí não dá.
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