segunda-feira, 21 de março de 2011

SUSTENTABILIDADE

O novo paradigma da civilização é, sem dúvida, a sustentabilidade. Chegamos a um momento em que é necessário reinterpretar o conceito de desenvolvimento, contemplando maior harmonia e equilíbrio do ser humano com a natureza, entre o todo e as partes, e combinar os processos econômicos, sociais, culturais e políticos para que os recursos naturais das gerações futuras não sejam comprometidos.

Estas necessidades de mudanças têm hoje mobilizado a sociedade civil, investidores, financiadores e consumidores, que passaram a exigir responsabilidade das empresas com relação ao impacto de suas atividades em todo entorno. No setor da construção, estas exigências têm se acentuado devido ao alto impacto ambiental e social das atividades de fabricação de materiais, projeto, construção, uso e operação de edificações, empreendimentos e obras pesadas.

Alguns dados do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) traçam um cenário sobre os impactos do setor e seus desdobramentos:
  • 75% dos recursos naturais extraídos são para uso na construção.
  • Geração de 80 milhões de toneladas/ano de resíduos.
  • Liberação de gases do efeito estufa, como CO2 e Compostos Orgânicos Voláteis (COV) nos vários processos de fabricação de materiais.
  • 20% de toda a água é consumida nas cidades, sendo parte desperdiçada.
  • A operação dos edifícios é responsável por 18% do consumo total de energia do país e por cerca de 50% da energia elétrica.
  • O setor é o maior gerador de empregos diretos e indiretos.
  • Parte dos operários da construção se encontra na linha de pobreza.
  • A informalidade é prática de mais de 50% das empresas do setor.
Sendo o setor responsável por fortes impactos como esses e também responsável pela qualidade dos espaços construídos, é importante que reflita, em toda sua cadeia produtiva, sobre suas atividades e compromissos, reconhecendo a necessidade de adotar um novo olhar e desenvolver formas inovadoras para lidar com as empresas, os negócios e os empreendimentos, gerando resultados para os acionistas, colaboradores, clientes e sociedade, sem causar danos ao meio ambiente.

Por um lado, as empresas do setor da construção podem investir em um forte diferencial, considerando a sustentabilidade corporativa: uma visão de negócios de longo prazo, que incorpora as dimensões socioambientais à estratégia e aos objetivos econômicos da empresa.

Por outro lado, podem agregar valor aos seus empreendimentos, considerando a sustentabilidade das edificações: o desenvolvimento de projetos que visam à certificação ambiental do empreendimento e contemplam a redução dos impactos e a qualidade da implantação do edifício, economia de água, eficiência energética, redução do uso de recursos não-renováveis, especificação de materiais sustentáveis, industrialização da construção, melhoria da qualidade do ambiente construído, manual de uso e operação do empreendimento, adoção de indicadores de desempenho do empreendimento em relação à sustentabilidade, saúde e segurança no trabalho, qualificação profissional, trabalho justo, etc.

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